Quando letras e sons se tornam obstáculos na alfabetização.
AUTORES: Vilma da Silva e Geraldo Francisco dos Santos (orientador)
INTRODUÇÃO
O processo de alfabetização é entendido como aquisição e apropriação
do sistema da escrita alfabética e ortográfica pelo sujeito. Trata-se de
algo complexo e que envolve todo seu ser, não apenas cognitivamente,
mas emocional, corporal e socialmente. O processo de alfabetização
abrange muitos fatores e quanto mais informado estiver o professor de
como se dá o processo de aquisição do conhecimento e de como a criança
se coloca em termos de desenvolvimento emocional, mais condições terá em
conduzir, de forma agradável e produtiva, o processo de aprendizagem.
Durante a alfabetização a criança deve tomar consciência dos fonemas,
ou seja, conhecer as correspondências letras-sons, dominar as regras
que norteiam estas correspondências para a leitura e a escrita. No
entanto, o perfeito domínio desses primeiros passos, garante, ao longo
da estrada, uma vantagem na aquisição de novas palavras e novos
contextos e conduz ao sucesso quanto a um dos objetivos da leitura: a
compreensão.
Para aprender o mistério das letras, a criança precisa perceber que
aquele som contínuo que ela ouve é representado na escrita por palavras
separadas, por espaços em branco, com vírgulas e ponto final e que as
palavras são compostas de pequenos pedacinhos - os fonemas -, que em sua
maioria não são pronunciados isoladamente. E o que falar dos grafemas
que representam os sons da fala? Se perguntarmos a uma criança pequena
quantos sons tem as palavras menino, mesa e cadeira; ela pode nos responder: três, dois...
A escrita representa por meio de letras os fonemas, mas nem sempre a
um fonema corresponde uma única letra. É difícil para uma criança tomar
consciência do fonema, isso porque, ninguém fala fonema separadamente.
Se uma criança lê bem, adquire novas palavras e pode entender melhor o
que lê, mas se para ela é difícil saber as correspondências
grafema-fonema, o processo de decodificação é lento e custoso
comprometendo todo o processo de compreensão do texto; assim, pequenas
dificuldades podem gerar grandes obstáculos.
O tipo de pesquisa realizada configurou-se como autobiográfica, que,
segundo Gaspar "As narrativas (auto)biográficas podem possibilitar a
análise das singularidades de professores, as formas como esses se
constituíram e como se relacionam consigo e com os outros nos espaços
escolares" (2010, p.135). E conforme argumenta Dominicé
O saber da formação provém da própria reflexão daqueles que se
formam. (...) a análise dos processos de formação, entendidos numa
perspectiva de aprendizagem e mudança, não se pode fazer sem uma
referência explicita ao modo como um adulto viveu as situações concretas
do seu percurso educativo. (apud NÓVOA, 1995, p. 24).
Sendo assim, há uma participação real do pesquisador na vida da
comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Nesse caso, não
estive simplesmente "olhando" o que acontecia no processo de
alfabetização mas observando com um olhar crítico em busca de certos
acontecimentos específicos nos quais as letras e sons podem ou não se
tornarem obstáculos para as crianças se alfabetizarem. Esta forma de
pesquisar tem como principal vantagem a possibilidade criar uma reflexão
sobre a própria prática pedagógica, abrindo espaço para auto-críticas e
a viabilização de novos procedimentos.
Em consonância com a abordagem autobiográfica foi utilizado um estudo de caso
como método de investigação. Evidencia-se como um tipo de procedimento
que tem sempre um forte cunho descritivo. Segundo Gil (2002) consiste no
estudo profundo e exaustivo de um objeto, de maneira que permita seu
amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante
outros delineamentos já considerados.
No que se refere a esta pesquisa, o caso investigado foi um grupo de
crianças de 04 a 06 anos de idade que estão em processo de alfabetização
na Escola Municipal D. Isabel Brandão Vilela, na cidade de
Salvador-Bahia.
Na estrutura textual deste artigo, primeiramente, se apresenta
conceitos de alfabetização, grafema e fonema; faz uma explicação da
evolução da alfabetização assim como o som das letras; a escrita e a
fala de acordo com os PCNs e a relação entre letras e sons da fala. No
segundo momento, se aborda a etapa do processo de aprendizagem das
letras e sons; explica-se como a criança aprende a desenvolver a leitura
das palavras; consciência fonológica; nível pré-silábico e
nível-silábico. No terceiro momento se diz o porquê letras e sons são
obstáculos para a escrita da criança e como o professor alfabetizador
deve mediar as dificuldades das crianças; e a análise dos resultados
obtidos.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
ALFABETIZAÇÃO
As autoras Emilia Ferreiro (2001) e Magda Soares (2003) trazem suas
concepções que permite entender as razões que levam as crianças à
representação da linguagem como código de transcrição gráfica das
unidades sonoras, isso por que, ser alfabetizado, isto é, aprender a
saber ler e escrever, tem se revelado condição insuficiente para
responder adequadamente às demandas atuais.Há pouco tempo, bastava que a
pessoa soubesse assinar o nome, hoje, saber ler e escrever de forma
mecânica não garante a uma pessoa interação plena com os diferentes
tipos de textos que circulam na sociedade. É preciso ser capaz de não
apenas decodificar sons e letras, mas entender os significados e usos
das palavras em diferentes contextos.
A preocupação com o analfabetismo funcional (terminologia
que a Unesco recomendara nos anos 70, e que o Brasil passou a usar
somente a partir de 1990, segundo a qual a pessoa que apenas sabia ler e
escrever, sem saber fazer uso da leitura e da escrita) levou os
pesquisadores ao conceito de "letramento" em lugar de "alfabetização". O
conceito de alfabetização tornou-se insatisfatório. Soares argumenta
que
Tem-se tentado, ultimamente, atribuir um significado demasiado
abrangente à alfabetização, considerando-a um processo permanente, que
se estenderia por toda a vida, que não se esgotaria na aprendizagem da
leitura e da escrita.
É verdade que, de certa forma, a aprendizagem da língua materna, quer
escrita, quer oral, é um processo permanente, nunca interrompido.
(2003.p.15 )
Até muito recentemente, considerava-se que a entrada da criança no
mundo da escrita se fazia apenas pela alfabetização, pelo aprendizado
das "primeiras letras", pelo desenvolvimento das habilidades de
codificação e de decodificação.
Em meados dos anos 1980, as concepções psicológicas, lingüísticas e
psicolingüísticas de leitura e escrita vêm mostrando que, se o
aprendizado das relações entre as letras e os sons da língua é uma
qualidade do uso da língua escrita, esse uso também é uma condição da
alfabetização ou do aprendizado das relações entre as letras e os sons
da língua.
Ferreiro (2001) afirma que a escrita infantil segue uma linha de
evolução surpreendentemente regular, através de diversos meios
culturais, situações educativas e de diversas línguas. Podendo ser
distinguidos grandes períodos no interior dos quais cabem múltiplos
subdivisões: A consciência fonológica; que consiste na capacidade para
focalizar os sons da fala, independente do sentido. Pode ser
desenvolvido por meio de exercícios, produzindo um impacto positivo na
aprendizagem da leitura e da escrita das línguas que utilizam a
ortografia alfabética, como o português. Para reconhecer o grau de
consciência fonológica da criança alguns indicadores são as habilidades
de identificar o número de silabas das palavras e de reconhecer rimas e
aliterações (silabas que se repetem no inicio de uma serie de
palavras).
E também a "consciência fonêmica" que é um aspecto particular da
consciência fonológica: consiste na habilidade de perceber as unidades
mínimas da fala, ou seja, os fonemas. Cada palavra falada é formada por
uma serie de fonemas, representada na escrita pelas letras do alfabeto, e
a percepção destes é desenvolvida no processo da alfabetização.
Segundo Luis Carlos Cagliari (1998) o papel do aprendizado escolar na
sociedade contemporânea é um exemplo da interdependência complexa das
mudanças biológicas e socioculturais que intervêm no desenvolvimento da
criança. Quando existem dificuldades no aprendizado, as causas devem ser
buscadas tanto na escola quanto na família, não se limitando ao exame
mental da criança. Segundo Soares ( 2003) "...a alfabetização é um
processo de representação de fonemas em grafemas..."( p. 16). Por isso
mesmo, no próximo tópico, se busca compreender o conceito de grafema.
GRAFEMA
As letras têm de ser identificadas pelas crianças e colocadas em
ordem correta. Este processo não é tão simples como parece, pois o
aprendizado da leitura e escrita pela criança depende da capacidade de
distinguir os símbolos do alfabeto em ordem correta da ortografia da
língua e da capacidade de reconhecer sons individuas na ordem correta,
formando palavras. Sendo assim a unidade sonora a que diz respeito ao
assunto de letras e sons são os fonemas e os grafemas.
Ferreiro (2001) e Soares (2003) afirmam que por estar aprendendo a
ler e escrever na etapa inicial da escolarização, a precaução e o
esforço se aplica em entender e decifrar o código alfabético,
compreender o que significam esses sinais que chamamos de letras.
Portanto, a alfabetização se desenvolve por meios de práticas sociais de
leitura e escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este,
só se pode desenvolver no contexto da aprendizagem das relações
fonema-grafema. Isto porque, antes de aprender a ler e escrever as
crianças precisam ter consciência de como os sons funcionam nas
palavras.
Precisam compreender que as palavras são feitas de sons, os fonemas,
que são a menor unidade de som dentro da linguagem, de cada parte da
palavra. Com isso as crianças não reconhecem os fonemas individuais, não
conseguem perceber e reconhecer os pedaços de sons que formam a
palavra, somente conseguem ouvir o som da palavra inteira e essa
aprendizagem comprovadamente está associada ao processo de decodificação
em dependência da alfabetização, ou seja, a criança começa por
descobrir que cada parte da palavra escrita (suas silabas) tem vários
significados, ou seja, sons.
FONEMA
Utiliza-se o fonema com naturalidade na comunicação, mas é difícil
dizer em que medida os falantes têm uma consciência natural deles. O que
se pode dizer é que essa consciência se firma principalmente durante a
alfabetização em sistemas fonológicos de escrita. É durante a aquisição
da escrita que se aproxima e se entende os fonemas, como nos sistemas
fonológicos o grafema geralmente corresponde a um fonema, o alfabetizado
passa a entender com clareza essas unidades mínimas da fala.
A consciência dos fonemas requer, portanto, aprendizado cultural. A
história da escrita nos mostra o longo e árduo caminho percorrido até se
chegar a sistemas consistentes de escrita fonológica. Isso oferece uma
idéia do esforço envolvido no processo de compreensão do fonema. Fonema é
o módulo abstrato mínimo da fala em nível de significante.
São os fonemas que nos permitem reconhecer a mesma frase na fala das
várias pessoas que participaram da experiência. Há uma abstração
considerável no reconhecimento de fonemas. Para se chegar a eles tem-se
que entender todas as características circunstanciais dos sons da fala e
se deter no essencial, no conjunto necessário e suficiente de
características que estabelecem os fonemas.
A ESCRITA E A FALA DE ACORDO COM OS PCNs
De acordo com os PCNs a fala e a escrita são duas modalidades
pertencentes ao mesmo sistema lingüístico: os sistemas da Língua
Portuguesa, existem entre elas diferenças estruturais, porque diferem
nos seus modos de aquisição, nas suas condições de produção,
transmissão, recepção e uso, e nos meios pelos quais os elementos de
estrutura são organizados.
Ferreiro (2001) não propõe práticas pedagógicas nem técnicas
metodológicas, mas sim, uma maneira diferente de ver a criança e
entender seus erros – anteriormente considerados absurdos – como uma
demonstração do seu grau de conhecimento e como um pré-requisito para
chegar ao acerto. A criança busca a aprendizagem na medida em que
constrói o raciocínio lógico. O processo evolutivo de aprender a ler e
escrever passa por níveis de conceitualização que revelam as hipóteses a
que chegou a criança. Conforme os PCNs
Para aprender a ler e escrever é preciso pensar sobre a escrita,
pensar sobre o que a escrita represente e como ela represente
graficamente a linguagem.
Algumas situações didáticas favorecem especialmente a analise e a
reflexão sobre o sistema alfabético de escrita e a correspondência
fonográfica. São atividades que exigem uma atenção à análise__tanto
quantitativa como qualitativa__da correspondência entre segmentos
falados e escritos. São situações privilegiadas de atividade
epilinguistica, em que, basicamente, o alunoprecisa:
- ler, embora ainda não saiba ler; e
- escrever, apesar de ainda não saber escrever.
( 2000. p.82)
Então, a questão equivocada de que a escrita é derivada e a fala é
primária deve ser desmistificada, uma vez que a escrita não consegue
reproduzir muitos dos fenômenos da fala: prosódia, gestualidade,
movimento do corpo, olhos , mímicas e etc.. Em contrapartida a escrita
apresenta elementos significativos próprios para sua representação:
parágrafos, tipos de letras, pontuação, grafia alfabética. Ambas possuem
um mesmo sistema lingüístico que permitem a construção de textos em
diversas variedades lingüística. Segundo Luiz Carlos Cagliari ( 2002) "A
lingüística é o estudo cientifico da linguagem. Está voltada para a
explicação de como a linguagem humana funciona e de como são as línguas
em particular..." (p.42)
Vale destacar que os pressupostos teóricos que estão embasados na
concepção da lingua como forma de interação social que orientam esta
pesquisa concordam com a abordagem dos PCNs de língua Portuguesa, isso
por que, muito se tem discutido como trabalhar a oralidade na sala de
aula. Se a função da escola não é ensinar o aluno a falar, visto que ele
já é um falante da língua. Assim o ensino deve levar o aluno a adquirir
um grau de letramento que possibilite desenvolver habilidades de
linguagem e mostrar a grande variedade de usos da fala.
A consciência de que a oralidade tem um papel relevante para a
aquisição da língua escrita é afirmada também pelos PCNs, tanto no
ensino fundamental como no ensino médio. Antes de ensinar a ler e
escrever, é preciso saber o que os alunos esperam da escrita e da
leitura para depois o professor programar as atividades adequadamente.
Com relação à leitura é importante destacar a diferença entre ler e
soletrar, são duas conquistas que as crianças têm mais ou menos ao mesmo
tempo, mas que assimilam de modo diferente, isto porque ler está
associado a reconhecer uma palavra enquanto soletrar é uma questão de
reprodução, deste modo quando nos deparamos com uma língua desconhecida,
somos capazes de reproduzi-las e soletrar, mas não lemos adequadamente
na maioria das vezes.
RELAÇÕES ENTRE LETRAS E SONS DA FALA
A alfabetização trata da questão gráfica, ou seja, a
relação entre as letras e os sons da fala. O casamento entre letras e
sons nem sempre é monogâmico, o modelo ideal do sistema alfabético é o
de que cada letra corresponda a um som e cada som a uma letra, mas essa
relação ideal só se realiza aos poucos.
Na verdade temos poucos casos de correspondência biunívoca entre som
da fala e letras. Chama-se de correspondência biunívoca aquela em que um
elemento de um conjunto corresponde a apenas um elemento de outro
conjunto, ou seja, é de um para um a correspondência entre os elementos,
em ambas as direções.
As letras, ao contrário, combinam-se de maneiras diferentes formando
sons diferentes, dependendo assim do lugar que ocupam na palavra. Um
exemplo citado é a letra "l", que em "lata" tem o som de l, mas em
"jornal" tem o som da letra "u".
Essas diferenças provocam certas dúvidas no alfabetizando, que pensa
que a letra "l" somente tem som "l", a letra "u" tem som de "u", pois é
assim que deveria acontecer. O educador que estiver alfabetizando deve
ser cauteloso quando quanto as essas particularidades de sons e letras,
para saber como repassar ao alfabetizando essa relação.
Ferreiro (2001) e Soares (2003) ao estudarem o desenvolvimento da
língua escrita dentro de uma abordagem epistêmica e psicolingüística
explicam como a criança constrói e compreende o sistema alfabético da
escrita. Segundo as autoras, as passagens pelos estágios pré-silábico,
silábico e alfabético se dá pela descoberta de que a escrita tem relação
com a fala. No entanto, não caracterizam com clareza como a criança
constrói suas hipóteses após sua elaboração alfabética de escrita, já
que para que a criança possa evoluir para construções ortográficas é
necessário perceber que a escrita não é fiel à sua oralização.
As relações entre os sons da fala e as letras do alfabeto são
encontradas em três tipos: relação de uma para um, onde cada letra com
seu som e cada som com sua letra; relações de um para mais de um,
determinadas a partir da posição, onde cada letra com um som numa
posição e cada som com uma letra numa posição, e, relações de
concorrência, onde mais de uma letra para o mesmo som na mesma posição.
Há que se dizer que existe uma gradação entre essas relações.
Apesar de nosso sistema ser de base alfabética, são poucos os casos
em que essas regularidades acontecem, uma vez que, tais regularidades
presentes na ortografia do português são mais complexas, exigindo dos
alunos, análise das correspondências grafo-fonêmicas e de tonalidade das
vogais, como também a análise da morfologia e da sintaxe.
Muitas crianças não compreendem os sons que compõem as palavras
porque estão presas ao significado, dessa forma, as primeiras
dificuldades da criança na escrita correta é conceber as palavras
enquanto seqüência de sons independentes de seu significado. Porém, a
outra grande dificuldade são as múltiplas representações de um mesmo som
pelas letras. A escola deve colaborar na aquisição da escrita correta
provocando reflexões sobre a língua, relacionando ortografia e
significado.
Creio que um dos pontos-chave para professores e estudiosos da área
de lingüística é a atuação frente aos problemas relacionados a
dificuldade das crianças em compreender os sons das palavras. A
intervenção nas dificuldades de aprendizagem de leitura ocorre em
diversas fases que variam conforme a possível origem do problema
aquisitivo.
Através do estudo dos processos que envolvem a aquisição da leitura
podemos distinguir três tipos de problemas significativos na
aprendizagem de leitura: as crianças que encontram dificuldades para
aprender a ler, as crianças que lêem de forma passiva e as crianças que
têm dificuldades na compreensão.
Considerando tais fatos, muitos estudiosos como Ferreiro (2001) e
Soares (2003) aborda na aprendizagem de leitura um conjunto de fatores
cognitivos, sociais e pedagógicos, levando em consideração as
singularidades do código alfabético e os componentes utilizados nas
atividades leitoras. Essa clareza cognitiva encara como aquisição de uma
habilidade e aprendizagem de leitura, igualando a situação à destreza
de apreensão de qualquer aprendizado.
Muitas crianças chegam à escola com o que se pode chamar de "confusão
cognitiva", ou seja, um estado de não-compreensão e diferenciação tanto
das propriedades formais de escrita como dos objetivos da leitura. É
esse estado de confusão, quando evoluído, que gera boom da aprendizagem
leitora, pois assim as crianças vêem de forma mais clara os conceitos
funcionais e as características alfabéticas da linguagem escrita.
O ato de ler implica a síntese de operações centradas sobre a
identificação dos segmentos gráficos de um texto. Isto significa dizer
que para compreensão e aprendizagem da leitura faz-se necessário que a
criança aprenda as relações entre as letras, as silabas e as palavras no
corpo do texto estudado, considerando os aspectos interativos,
heterogêneos e estratégicos que envolvem a linguagem.
Identificar o suporte e o tipo da escrita; interrogar o conteúdo do
texto; explorar uma quantidade de escrita portadora de sentido;
identificar formas gráficas; reconhecer globalmente palavras; antecipar
elementos sintáticos e semânticos; organizar logicamente os elementos
identificados; reconstruir o enunciado e memorizar o conjunto de
informações semânticas são as oito operações cognitivas que circundam o
ato de ler.
Muitas são as falhas na escrita, que podem ser agrupadas em três
ordens, decorrente a primeira quando a aprendiz ainda está na fase de
dominar as capacidades prévias da alfabetização, cometendo as falhas na
leitura lenta, com soletração de cada sílaba, escrita com repetição de
letras; a segunda falha é acometida quando a aprendiz pronuncia ao ler,
cada letra escandindo-a no seu valor central, e na escrita faz uma
transição fonética da fala, enquanto a terceira ordem de falha se limita
o aprendiz a trocar letras concorrentes, como por exemplo, o "s" pelo
"z". Quando se constata que o aprendiz ainda comete falhas de segunda
ordem é que ela não está alfabetizado. Somente será considerado
alfabetizado o aprendiz que comete falhas de terceira ordem.
Quanto à metodologia, são considerados dois métodos de
alfabetização, quais são: método sintético, que consiste em mostrar a
letras, ensinar suas correspondências com os sons e depois compor as
sílabas e palavras, e método analítico que mostra primeiro as palavras e
ensina a identificar nelas a correspondências entre os sons e as
letras.
Outro saber que implica numa capacidade fundamental, a competência
grafonética, é o de decodificação. Decodificar além de requerer o
desenvolvimento da reflexão e manipulação sobre a língua oral,
considerando o sistema de escrita alfabético, exige também, o
conhecimento dos valores fônicos das letras e suas combinações.
ETAPAS DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DAS LETRAS E SONS
CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA
Consciência fonológica esta relacionada à capacidade da criança
entender, de forma clara, que os sons associados às letras são os mesmos
da fala e que esses podem ser mudados, ou seja, quando a criança
entende as características formais da linguagem, pois estas consciências
desempenham um papel importante na aquisição da escrita e leitura das
palavras na criança. Portanto, a consciência fonológica se refere à
habilidade de perceber os sons do discurso, independentemente dos seus
significados.
NÍVEL PRE-SILÁBICO
Esta fase é conhecida como a fase da imitação da escrita dos adultos,
ou seja, as crianças registram garatujas ou desenhos sem nenhum
entendimento visual e em seguida vai aprimorando suas configurações com a
convivência do mundo que propõem uma estimulação lingüística.
As disponibilidades de materiais gráficos existentes na escola e no
âmbito familiar estimulam o raciocínio e a imaginação, pois estes,
materiais são grandes aliados para a criança começar a rabiscar e a
experimentar símbolos que imitam a escrita. Com estas estimulações elas
começam a registrar letras misturadas com números, nomes escritos com
quantidades de letras e demonstram equilíbrio ao pegar no lápis, utiliza
seus conhecimento sobre o seu cotidiano para escrever ( bolinhas,
riscos, pedaços de letras).
NÍVEL SILÁBICO
A criança quando chega ao nível silábico sente-se confiante a
respeito da escrita pois ela começa a escrever com mais lógica para seu
entendimento, utilizando apenas uma letra para representar uma palavra
que para os olhos dos adultos ainda esta confuso mas aos olhos do aluno
parece claro, pois ele pensa que escreveu certo a palavra que ainda
esta distorcida. A criança pode por exemplo escrever bola como: IB ou
GO, acreditando ele que resolveu o problema da escrita, mas que na
verdade não tem o significada desejado.
LETRAS E SONS: OBSTÁCULOS PARA A ESCRITA
ESCOLA - CAMPO
O local utilizado para fazer a pesquisa foi a escola Municipal D. I.
B. V. localizada em Salvador Bahia. A escola teve suas atividades
educativas iniciadas em 1979.
A escola possuía 04 salas de aula, 01 cantina, 04 sanitários, 01
pequeno espaço que serve de secretaria e sala de direção. Hoje, a escola
oferece ensino do 1º ao 5º ano para 390 alunos, nos turnos matutino e
vespertino, com crianças de 06 a 14 anos. Tem como nota classificatória
no IDEB de 3,9.
A SALA DE AULA PESQUISADA
A sala de aula na qual realizou-se a pesquisa foi a turma de 1° ano
do ensino fundamental, com 26 alunos, cuja regente foi a própria
pesquisadora, estudante de Pedagogia do 8° semestre pela Faculdade
Social. Desse total, os que mais apresentavam dificuldades com as letras
e sons somam-se 16, por isso, durante as aulas meu foco de pesquisa
foram esses alunos, porque os 10 restantes tinham melhor desenvolvimento
em compreender as letras e sons.
Durante as minhas aulas na escola Municipal D. Isabel Brandão Vilela
percebi que as crianças tinham muitas dificuldades em compreender e
conhecer o som das palavras, por isso no inicio das aulas, sobre o
determinado assunto, fiz uma longo explicação para conscientizar os
alunos de que existem diferentes usos de linguagem e que há necessidade
de adequar sua linguagem à situações de comunicação.
Durante esses dois meses de pesquisa o assunto proposto foi
trabalhado em sala de aula de segunda a quinta- feira, visto que, a
disciplina Português era um matéria indispensável para todos os dias da
semana, exceto sexta-feira que era o dia da recreação. Com isso, nesses
dias, eu explicava e revisava as letras e os fonemas.
Trabalhei muito com literatura infantil. Os alunos adoravam o momento
da leitura onde eu contava e dramatizava as historinhas e eles
imaginavam e ficavam quietos observando a leitura, após a qual,
perguntava para os alunos o nome dos personagens, objetos citados etc.
Em seguida, explicava como se escrevia a palavra, letra por letra;
comparava o número de fonemas com o número de letras na lousa fazendo
pausas para focar nos segmentos sonoros, sempre indagando qual a palavra
que se parece com essa, fazendo com que eles observassem que existem
palavras parecidas, porém com som diferente. Pois o professor deve
procurar formas com que as crianças notem os fonemas, sua existência e
possibilidade de separá-los.
A capacidade de refletir sobre a composição sonora da fala bem como
entender suas partes estruturais, a consciência fonológica, está
intimamente relacionada à aprendizagem da leitura e escrita, então a
literatura e as brincadeiras são fortes aliadas para o desenvolvimento
da aprendizagem da criança. Deve-se compreender que, quanto mais à
criança associar a leitura e a escrita com atividades úteis e que lhe
dêem prazer, maior será o seu desejo de aproximar-se delas, maior
facilidade ela terá de aprendizado.
Com isso, minhas aulas muitas vezes eram voltadas sempre para o
lúdico para estimular ainda mais o aprendizado entre os alunos. No
decorrer das aulas trabalhei com gravuras das palavras relacionando
figuras com seus nomes, para auxiliar na fixação do som, onde eu
relacionava palavras simples, fazia uma rodinha e começava a explicar
porque tal palavra se escreve assim e outras não? Qual o som mais forte
de cada palavra?
O contacto com o material impresso, o "ver ler" e escrever desafiam a
criança a procurar entender o que é a escrita, para que serve, como é
que funciona. E a criança, como ser pensante que é, vai levantado
hipóteses explicativas que, num primeiro momento são adaptadas e repõem o
equilíbrio, mas que, num segundo momento se podem mostrar desadaptadas
"exigindo" outras hipóteses mais aceitáveis.
A colaboração do professor no aprendizado da leitura e escrita
provocando reflexão sobre a linguagem no aluno, comparando ortografia e
significado traz para o aprendiz melhor compreensão e fixação de
determinados assuntos, portanto, o desenho e a linguagem contribui
evoluindo paralelamente ao desenvolvimento cognitivo da criança.
Com o passar das aulas fui aumentando o grau de dificuldade, entre as
atividades propostas em sala de aula, isso por que, os alunos já tinham
um pouco de entendimento do valor sonoro das palavras. Mostrei para os
alunos os vários sons do "S" explicando que o fonema /s/ é o que
apresenta mais possibilidades de representação na nossa escrita e que
podemos representá-lo de oito formas diferente, como nas palavras sala,
casa, osso, excesso.
Trabalhei com palavras parecidas, porém, com som e significados
diferentes, para que assim, elas conseguissem diferenciar o som de cada
palavra e relacionar a classe de palavras devida, como por exemplo "s"
com som de "z, c, ss, xc, ç, x"...Após a explicação eu fazia atividade
proposta pelo livro didático com determinado assunto.
Esse assunto/aula foi uma das mais difíceis para o entendimento dos
alunos com dificuldade, pois tive que explicar e mediar inúmeras vezes e
individualmente cada aluno, pois na hora de resolver as atividades do
livro eles se perdiam ao classificar o som do "S" nas classe indicadas e
ficavam eufóricos para compreender a atividade.
Após um mês de pesquisa notei que as dificuldades ainda eram muito
freqüentes, pois a cada assunto explicado alguns alunos tinham a
compreensão rápida e outros apresentavam ainda dificuldade em entender o
que se passava. Mas tinha a compreensão de que cada criança tem o seu
ritmo próprio de desenvolvimento, seguindo etapas como marcos gerais de
desenvolvimento.
Toda essa dificuldade foi compreendida por mim, pois as crianças como
estavam no 1° ano do ensino fundamental, tudo que se passava em sala de
aula referente a certos assuntos eram novos, pois tinham crianças que
nunca tinham freqüentado a escola, tendo sua primeira experiência com as
letras convencional neste período de alfabetização.
Muitas vezes, quando eu fazia "ditado de palavras", o aluno escrevia
as palavras faltando letras ou com letras demais, isso por que, elas
associam a palavra ao seu tamanho original ou até mesmo ao seu som, como
por exemplo: "apito", "mesa", "elefante" elas escrevem "apto", "mas",
"lefate"...Dessa forma, estava atenta no desenvolvimento da linguagem
expressiva e receptiva da criança no período da alfabetização.
Durante os dois meses de pesquisa, as atividades eram xerocadas do
livro didático ou no próprio caderno, os assuntos e atividades feitos na
aula eram revisados como atividades para casa, mas muitas vezes, essas
atividades voltavam sem fazer, dificultando ainda mais a assimilação da
criança.
O PAPEL DO PROFESSOR: MEDIADOR NAS DIFICULDADES DAS CRIANÇAS
O papel do professor é tão importante para o desenvolvimento
intelectual da criança, isso por que, essa mediação poderá ser o início
de um rico processo de aquisições ou o término de uma vida escolar
pautada no insucesso, cujas marcas estarão presentes em toda a vida
escolar da criança.
Mas, se por um lado, a mediação docente pode dificultar a
alfabetização da criança, por outro, ela também poderá favorecer essa
importante construção. Ferreiro (2001) entende por alfabetizada a
criança que dominou a base alfabética do sistema de escrita, que lê com
compreensão e escreve textos com sentido possíveis de serem lidos, mesmo
que apresentem erros de ortografia. Ferreiro traz em sua concepção
Progredir na alfabetização adentro não é uma jornada tranqüila.
Encontram-se muitos altos e baixos neste caminho, cujos significados
exatos precisam ser compreendidos. Como qualquer outro conhecimento no
domínio-cognitivo, é uma aventura excitante, repleta de incertezas, com
muitos momentos críticos, nos quais é difícil manter a ansiedade sob
controle. (2001, p. 63)
É possível identificar experiências positivas dos métodos
educacionais que se utilizam de todo o potencial do alfabetizando e suas
práticas de vida. A construção da língua escrita está em contínuo
andamento; descobertas serão possíveis a partir da interiorização dos
conhecimentos adquiridos por meio de observações e do despertar do
aluno, tendo o professor o papel fundamental ao encaminhar os alunos
para esse despertar. Todo processo depende do bom profissional, capaz de
estar atento às modificações diárias e a evolução pela qual a educação
tem que se adaptar.
Cabe ao professor adaptar suas metodologias à realidade do aluno,
pois é necessário que o mesmo ao analisar sua prática reflita sobre os
contextos e condições nos quais ocorre o processo de
ensino-aprendizagem, com isso, o aluno ira interagir e ficará mais fácil
para o professor extrair os dados que lhe permitirá o processo
educativo.
Tais atividades podem motivar diferentes níveis em cada criança,
pois implicarão uma mudança ou adaptação da hipótese própria do nível
em que o aluno se encontra. Há que se desenvolver trabalhos desafiantes e
não desestimulantes que possam ser compreendidos e acompanhados por
todas as crianças, em classes com alunos de todos os níveis.
O professor precisa levar a criança a raciocinar sobre a escrita e,
para isso, ele deve criar um ambiente rico em materiais e em atos de
leitura e escrita, incentivando-as. Também, deve provocar interações
entre os diferentes níveis, principalmente os mais próximos. Pois
segundo Soares
A psicogênese e a psicolingüística já vem exercendo saudável
influencia na alfabetização, enquanto aprendizagem do aspecto
convencional- gráfico da escrita e do aspecto simbólico da notação
gráfica; é necessário, porém, que se avance para além dessa etapa
inicial de acesso à língua escrita, alterando-se as condições de leitura
e produção de textos na escola, de modo que a criança conviva com as
regras discursivas do texto escrito e passa assim construir seu
conhecimento e fazer uso delas. (2008. p113)
Dessa forma, o professor não precisa trabalhar necessariamente com
cada aluno, mas sim lhes permitir a comunicação, que é o principal
instrumento da didática da aprendizagem da alfabetização. Isto demonstra
o valor do trabalho numa classe diversa e o quanto ele é viável, uma
vez que a homogeneidade é característica apenas dos primeiros momentos
de uma classe remanejada, pois a evolução de cada criança é pessoal.
ANÁLISE
A consciência fonológica desenvolve-se gradualmente conforme a
criança adquire conhecimento das palavras, sílabas e fonemas como
unidades possíveis de identificação. A análise por meio da pesquisa de
campo reflete sobre as dificuldades que as crianças têm em entender o
som das palavras.
Para Emilia Ferreiro (2001) nem todas as crianças enfrentam
exatamente os mesmos problemas de dificuldade de aprendizado uma
entendem e consegue decifrar e escrever de imediato as palavras outras
tem dificuldade e passa tempo (anos) para compreender. A este respeito
Ferreiro ainda aponta que
[...] aceitar a realidade dos processos de assimilação implica
também aceitar que aprendizagem alguma começa do zero; o estudo
pormenorizado do que a criança traz consigo --- sua bagagem de esquema
interpretativo --- antes de iniciar o processo de escolarização é
essencial --- dentro desta perspectiva --- para saber sobre que bases
será possível estimar que tal ou qual informação (apresentada desta ou
daquela maneira) será fácil, difícil ou impossível de ser assimilada
pela criança. (2001, p. 65)
A falta de consciência fonológica afeta a leitura mas não
necessariamente a fala, ou seja, uma criança pode não saber soletrar,
decodificar, transformar letras em sons da fala, nomear as letras,
separar ou apagar fonemas em uma palavra, déficits que tem implicações
significativas na fluência leitora, mas nenhuma dessas deficiência
poderá afetar a habilidade da fala.
Durante as observações ficou claro que as crianças, ao iniciar o
processo de alfabetização, têm o "som assim como as letras" como uma
grande dificuldade para se apropriar da leitura/escrita. Foi observado
que a maioria das crianças leva em conta o tipo de correspondência entre
a fala e a escrita ao escrever, quando escrevem palavras que
representam objetos grandes as quantidades de letras são maiores, mas se
a palavra for pequena a quantidade é menor, tudo isso de acordo ao seu
modo de pensar a respeito da escrita.
A respeito dessas dificuldades já foram mencionados no decorrer dos
capítulos, porém, confirmado com a prática educativa, assim com a
pesquisa feita em sala de aula. sabendo-se que, todas as crianças
apresentam esta deficiência, umas com maior precisão e outras com menor.
Algo que com o passar do tempo e a convivência com a leitura vai se
modificando e tomando outras dimensões tornando esta dificuldade mais
clara e precisa.
CONSIDERAÇÕES INCONCLUSIVAS
Este trabalho objetivou mostrar como a criança compreende o sistema
da escrita e o funcionamento de sua linguagem, isso por que a
alfabetização é o momento mais importante na formação escolar da
criança. Ao iniciar a descoberta do sistema alfabético de escrita, a
criança passa por um momento em que percebe que podemos escrever tudo o
que falamos, em seguida, ela precisa descobrir que nem tudo que é
grafado equivale a forma que é falado.
As pesquisas de Emilia Ferreiro (2001) e Magda Soares (2003)
trouxeram clareza sobre o modo como se dá a aprendizagem da leitura e
escrita na criança e sua correspondência de letras e sons. Para as
autoras levar em consideração o conhecimento adquirido fora da escola é
fundamental para dar continuidade a evolução da concepção do sistema da
escrita e oral.
.As dificuldades que a criança apresenta no inicio da escolarização é
referente ao seu desconhecimento do assunto. Com isso, objetivou-se em
capítulos anteriores mostrar que o professor é um dos principais
responsável por esse esclarecimento e evolução do aprendizado no
educando, para que assim ela possa desenvolver suas concepções e aos
poucos vá desenvolvendo o verdadeiro sentido da leitura e da escrita em
seu mundo.
Pode-se perceber que essa aprendizagem não é coisa fácil de aceitação
e entendimento aos olhos de quem aprende, visto que, as crianças
possuem hipóteses referente a escrita e que a cada hipótese
classificam-se em níveis de aprendizado, ou seja, etapas de
desenvolvimento que serão vividas no cotidiano e no âmbito escolar.
Relevante nesse trabalho foi a postura autobiográfica frente aos
procedimentos adotados. A pesquisa autobiográfica se constitui numa
maneira de rever conceitos, práticas, dificuldades na própria atuação
pedagógica. Isso me permitiu repensar na interação-mediação professor e
aluno, possibilitando-me rever minha postura como
professora-alfabetizadora.
Na certeza de que um trabalho de pesquisa deixa lacunas, pois pode se
trata de assunto complexo e que também envolve elementos subjetivos,
esperamos poder desenvolver novas propostas e aprofundamentos a partir
da feitura de outras pesquisas.
REFERÊNCIA
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FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
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Otavio Cruz; GOMES,Romeu. Pesquisa Social: teoria, método e
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SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5ed. São Paulo: contexto, 2003. p. 14 – 96.
SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
Fonte: http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/quando-letras-e-sons-se-tornam-obstaculos-na-alfabetizacao-4654144.html
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